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Bem, é isso mesmo. Particularmente, ouço muito do Sampaio nessa Noite de Climão da Letícia Letrux. O disco, confesso, passou batido e só agora pude escutá-lo com a atenção devida. É delicioso além da conta. Não só pela poesia e sonoridade, mas pela ironia e diálogo que ela trava com a noite, com seus personagens e amores/desamores.
Poderosa, a moça sabe bem o terreno em que pisa. Lembra o veneno de uma Angela Rorô naqueles tempos que ficaram lá atrás entre o fim dos anos 1970 e primeira metade dos anos 1980: veneno, paixão e sabor na medida para despedaçar seu coração ou para inspirar uma noite de “pé na jaca” daqueles.
Canções como “Ninguém Perguntou por Você” e “Noite Estranha, Geral Sentiu” virariam fácil fácil companhia para algumas garrafas entornadas por este sujeito velho que escreve estas linhas. “Além de Cavalos”, por exemplo, é daquelas canções com a qual você certamente atravessaria uma pista de dança em direção ao bar – e não porque não seja excelente, mas porque sua bebida terá terminado e você precisa reabastecer.
Como disse, há Rorô de montão nessa Noite de Climão da Letrux. Há também o Sampaio moleque, inveterado, que se diverte com a poesia e as garrafas. Todos passeiam na boa pelos timbres impressos que elevam esse disco ao patamar das grandes belezuras destes tempos esquisitos.
Noite de Climão é o retrato de uma noite potencialmente massa, potencialmente troncha, mas uma noite para não esquecer e curtida a valer. Fazia tempo que não escutava um disco com uma vibe tão marcante.
Parabéns, moça: vamos tomar uma qualquer dia e jogar conversa fora…