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Quando Militares e Bots procuram inverter o fluxo informacional e falham miseravelmente nas redes…

A quinta-feira, dia 08 de Julho, foi um dia complicado…

Primeiro, pelo impacto de uma nota conjunta divulgada pelos chefes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronautica) e do ministro da Defesa, Braga Netto que confrontava a fala do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Aziz, no dia anterior, criticara a participação de militares nos recentes casos de sobrepreço e pedidos de propina na intermediação de vacinas pelo Ministério da Saúde, definindo estes como “banda podre” das Forças Armadas. A nota dos militares mandava “recados” para os senadores e para a Democracia Brasileira e não escondia o seu tom belicoso-golpista a serviço do presidente Jair Bolsonaro – ora afundado em escândalos relacionados à compra de vacinas.

A nota não surtiu o efeito pretendido: o apoio ao presidente da CPI, senador Omar Aziz, ficou evidente nas redes, com uma confluência de usuários e falas que expressavam apoio ao senador e às instituições democráticas. Um movimento tão intenso que a participação de setores alinhados ao militares e ao governo bolsonaro foi praticamente varrida da amostragem.

Já o segundo ponto dizia respeito à hashtag “#RachadinhaDoRandolfe”: claramente alçada por hubs alinhados ao bolsonarismo e alimentado por diferentes contas não-validadas, tratou-se de um esforço significativo por parte da base de apoio do presidente nas redes que buscava atribuir ao senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) as práticas ilegais que vêm sendo apontadas e investigadas contra um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Os perfis alinhados ao governo até conseguiram inflar a hashtag “#RachadinhaDoRandolfe” para que chegasse aos trending topics do Twitter naquele dia, mas logo a estratégia se demonstrou ineficaz, visto que muitos dos apoiadores da CPI no Senado Federal passaram a utilizar a hashtag para ironizar os esforços da base bolsonarista em atacar Randolfe.

O que se viu nos dois movimentos foi que a resposta das redes às duas tentativas de intimidação tanto da CPI quanto de seus integrantes não encontrou eco entre os que acompanham o desenvolvimento das investigações e o atores nelas envolvidos. Os dados apontam que são crescentes as dificuldades do Governo Federal em recuperar o domínio das redes e de reverter o desenho atual que fulmina Jair Bolsonaro e seus aliados.

Pelo menos nas redes, a estratégia do governo e seus apoiadores falhou miseravelmente…

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