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O grasnar dos tolos e abastados da nossa “zelite”…

Nossa elite espuma de raiva… Sempre. É uma raiva contida, quando convém, claro. Em outras, não. Esta, no geral, é uma raiva fruto de uma indignação teatral e que diz respeito à visão “dos pobres, dos pretos, de todos aqueles putos desvalidos”, que ora alcançaram algo além da diatribe sonolenta dos hipócritas e dos impropérios que despejam combinando falácia com umas tais “moral, família e bons costumes”.

Alcançaram, enfim, algo que não deveria reservar-se para eles: acesso à educação, acesso à saúde, acesso a um minímo de cidadania. Nossa elite espuma, sempre, com as bolsas, as cotas, as mudanças. Entretanto, nunca estrebuchara de um modo tão agressivo quanto como se vira na tarde da última quinta-feira durante a partida que marcou a abertura da Copa do Mundo 2014.

O que nossas telas transmitiram para o País e para o Mundo foi a clara demonstração da real substância que formam e adornam nossas “zelites”: bile, estupidez e incivilidade.

Os xingamentos direcionados à presidente da República no Itaquerão demonstram que aqueles brasileiros que assistiram a partida do Brasil contra a Croácia, apesar de todo dinheiro dispensado tanto, perderam o bonde da civilidade: mostraram, enfim, para todo mundo, sua real substância e má educação.

Me enoja estes imbecis que se vêem como uma pretensa elite, mas que, no fim, importam tanto quanto um adorno de latrina. Prefiro chamar esta mácula estúpida nacional pela alcunha de “zelite”: porque, apesar do acesso ao dinheiro e bens, esquece-se esta que civilidade não se compra, não se consegue por osmose e que não adianta tentar fingir ter bom senso e ser cidadão.

A “escumalha perfumada” que vaiou a Presidente da República no Itaquerão na última quinta-feira espumava qual matilha raivosa não por ser apenas “contra tudo isso que está aí”, mas, na verdade, porque o que não está aí ofende mais ainda seus olhos.

Ofende nossa “zelite” saber que ora convivemos com um país um pouco mais acessível àqueles que sempre conviveram com pouco, quase nada ou nada simplesmente. A turba elitista que demonstrou sua completa incivilidade para o planeta pode até estar com alguma vergonha alheia, agora…

Entretanto, seus patrícios – os pobres, pretos, todos aqueles ditos putos desvalidos – se envergonham mais por eles por saberem que toda aquela bile e incivilidade demonstradas é tão somente uma tentativa de lutar contra a mudança ora em curso.

A “escumalha perfumada”, nossa “zelite”, claro, merece nossa repulsa porque, estúpida, não percebeu que estes são outros e novos tempos… Tempos onde seu grasnar medíocre não mais funciona.

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